segunda-feira, 23 de abril de 2012

Cabo Espichel











O Cabo Espichel é um dos locais mais notáveis da Costa Portuguesa, não só definindo o fim da zona terrestre e o início da imensidão do mar, mas sendo também local de cultos religiosos. Na sua extremidade, vislumbra-se, a vertiginosa Baía dos Lagosteiros.
O Cabo Espichel tem também grande interesse do ponto de vista botânico e do ponto de vista ornitológico, sendo especialmente apropriado para programas de observação da fauna, flora e da paisagem.

Do ponto de vista da flora destaca-se neste local a presença de duas espécies endémicas arrabidenses, a Corriola do Espichel e o Trovisco do Espichel, plantas extremamente raras que existem apenas nos afloramentos calcários e nas arribas costeiras do cabo Espichel.
Nas suas origens serviu de lugar defensivo do território. No século XVIII se ergueu nos seus arredores um santuário dedicado a Nossa Senhora do Cabo, que conta a lenda apareceu à um casal de idosos neste lugar no ano de 1410. Foi o primeiro lugar onde se instalou um farol para iluminar a costa conhecida pelos ingleses como 'Costas Negras' no ano de 1790.
O Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel é um dos mais importantes do concelho de Sesimbra. Como o seu próprio nome indica está situado nas imediações do Cabo Espichel. Foi construído no século XVIII. É de planta longitudinal composta por uma nave e capela-mor. Em cada lado da sua fachada encontram-se as torres sineiras. Unido ao Santuário encontra-se um conjunto de dependências que serviam de refúgios para os peregrinos. Está classificado como Bem de Interesse Público desde o ano de 1950.
A presença de um trilho fóssil de pegadas de dinossauros, com origem na praia subindo a falésia até ao planalto onde se encontra o Santuário, deu origem a uma lenda curiosa, que relata a existência de um animal, designado por "MUA", o qual teria conduzido Nossa Senhora, da praia até ao planalto. De facto, até 1428, a ermida era conhecida por Santa Maria da Pedra da Mua.

Realça-se ainda, no Cabo Espichel, a sua componente geológica. Merecem referência especial as arribas de origem sedimentar formadas por múltiplas camadas diferenciadas, onde se podem encontrar vários conjuntos de pegadas de dinossauros.

Para saber mais:

Fontes:


quarta-feira, 18 de abril de 2012

Refúgio







"Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido". Já o dizia Fernando Pessoa. 

Há locais que são verdadeiros refúgios da alma e há aqueles que o parecem ser. Aqui o ruído não faz com que não nos ouçamos a nós próprios. O silêncio faz antes com que estejamos apenas connosco. E, parece que não, mas isso é mais difícil do que tentarmos ignorar-nos com distracções. 
A Natureza tem destas coisas. Por entre vales descobrem-se refúgios só nossos. E às vezes não é preciso ir longe, nem viajar quilómetros...

“ (...)
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele 
Porque pensar é não compreender... 

O Mundo não se fez para pensarmos nele 
(Pensar é estar doente dos olhos) 
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo... 

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos... 
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é. 
Mas porque a amo, e amo-a por isso, 
Porque quem ama nunca sabe o que ama 
Nem por que ama, nem o que é amar... 
(...)” 

Alberto Caeiro in "O guardador de rebanhos"

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Marvão









A Vila de Marvão destaca-se de modo singular das demais povoações do território pois localiza-se sobre uma crista quartzítica (a maior e mais alta crista quartzítica a sul do Tejo ).
As cristas quartzíticas possuem algumas particularidades ornitológicas, o que faz da vila um excelente ponto de observação de aves. Com uma cota que oscila entre os 800 e 860 metros, encontra-se no ponto mais alto da bonita Serra de São Mamede. É uma zona que se destaca pela sua colónia de grifos e pela enorme diversidade de passeriformes, permitindo observar algumas espécies de aves pouco comuns no território nacional.
O concelho de Marvão situa-se na vertente Norte da Serra de S. Mamede, distrito de Portalegre, Alto Alentejo. A Sul encontra-se limitado pelo concelho de Portalegre, e a oeste por Castelo de Vide. A Este e a Norte faz fronteira com Espanha. Mais de 15Km desta fronteira é demarcada pelo Rio Sever.
Pela sua localização, um passeio pela vila, rodeada por muralhas do século XIII e do século XVII, remete-nos para a tranquilidade de outras épocas. As ruas são sinuosas com pequenas casas brancas, e tudo se encontra perfeitamente cuidado.
À entrada do castelo fica um tranquilo jardim com uma vista deslumbrante. Em qualquer parte que se olhe pelas muralhas, a vista perde-se no horizonte e a Serra de S. Mamede continua, impenetrável, num relevo irregularmente perfeito. Faz querer acariciar a superfície da terra com as mãos.

Para saber mais:
Câmara Municipal de Marvão
Guia da Cidade