quinta-feira, 5 de junho de 2014

It's all about traveling!


On the train
In the restaurant with Paul, Julie and Léo
Julie and Léo
Rainbow from the train window

Léo and Julie
Hot water machine on the train 
Na plataforma encontrámos o Léo e a Julie e na nossa cabine conhecemos outro francês que viaja sozinho por 3 meses, o Paul. Vai fazer o trans-mongoliano até Pequim, onde está a sua irmã a estudar, e depois vai andar pela China e encontrar uns amigos nas Filipinas. Penso que irá até ao Cambodja, onde o tio dele está a viver. Tio esse que remodelou apartamentos em Paris e vendeu, fazendo dinheiro suficiente para ir viajar pelo Sudeste Asiático. Acabou por andar a saltar de país em país até conseguir ficar ali. O Paul está habituado a viajar, os pais dele são do género de passar férias activas atravessando o Mediterrêneo de barco ou indo viajar de carro para Marrocos. Desta vez ele quis fazer esta travessia sozinho.O mundo é enorme e a quantidade de soluções infinita. É o que viajar nos ensina após conhecermos pessoas tão diferentes que seguem (ou procuram) o seu caminho.O Léo e a Julie chegaram à Rússia vindo à boleia desde França. Passaram algum tempo na Polónia e só vão fazer o trans-mongoliano até à Mongólia, onde ficarão 3 meses. Depois voltam para França. Eles têm uma quinta em França para a qual nos convidaram. São um casal bem disposto e descontraído. Ela tem um sorriso tímido e ele um sorriso aberto e franco.
Contaram-nos várias aventuras, entre elas terem ido de bicicleta de França até à Sérvia.
Numa das viagens do Léo, ele conheceu um rapaz sueco que aos 18 anos fazia tatuagens e era canalizador. Começou a fazer teatro e aos 20 anos tornou-se alguém conhecido no país dele.
Chegado um dia, decidiu que não era aquela a vida que queria, vendeu tudo e começou a caminhar a pé junto à fronteira com a Rússia. O Léo conheceu-o na Andaluzia, já ele caminhava há 2 anos, dormindo onde pode e ganhando dinheiro fazendo malabarismos na rua.
Cada um viaja pelas suas razões, cada um escolhe o caminho que quer. Até Irkutsk os nossos caminhos cruzaram-se de forma engraçada. Três dias num comboio já nos dá bastante tempo de convivência.
Inicialmente falámos sobre as nossas motivações, os nossos medos e o que esperamos e não esperamos da vida. Falámos da reacção das famílias e dos amigos. Pessoalmente, estas são as partilhas mais enriquecedoras que uma viagem nos pode proporcionar.
É importante para cada um termos os momentos de conversa, brincadeira e até de interacção com outros passageiros, e os momentos sozinhos, em que cada um faz o que lhe apetece: olha pela janela, escreve, lê, ouve música, dorme... Estar connosco.
Isto é, sem dúvida, uma viagem de comboio mágica!
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On the platform we found Leo and Julie and in our cabin we met another Frenchman who travels alone for 3 months, Paul. He will make the trans-Mongolian to Beijing, where his sister is studying, and then he will travel trough China and meet some friends in the Philippines. I think he will end in Cambodia, where his uncle is living. This uncle who remodeled apartments in Paris to sold them after, making enough money to travel trough Southeast Asia. Ended up going from country to country until he got to stay there. Paul is accustomed to travel, his parents are the type to spend active holidays going through the Mediterranean by boat or going to travel by car to Morocco. This time he wanted to make this journey alone.
The world is huge and there is an infinite amount of solutions. That's what travel teaches us after knowing so different people who follow (or seek) their own path.
Leo and Julie came to Russia from France hitchhiking. Spent some time in Poland and will go in the trans-Mongolian route just to arrive in Mongolia, where they will be 3 months. After that they will return to France. They have a farm in France to which they invited us. They are a willing and relaxed couple. She has a shy smile and he has an open and frank smile.
They told us several adventures, including having gone cycling from France to Serbia.
In one of Leo’s travels, he met a Swedish guy who was a tattoo artist at 18 and was also a plumber. Started doing theater at age 20 and became someone known in his country. One day decided that it was not the life he wanted, sold everything and started walking on foot near the border with Russia. Leo met him in Andalusia he was already walking for 2 years, sleeping wherever he can and juggling to earn money on the street.
Each one travels for his/her own reasons, each one chooses the way he/she wants. Until Irkutsk our paths crossed in a funny way. Three days on a train now gives us enough time together.
Initially we talked about our motivations, our fears and what we expect and not expect from life. We talked about the reaction of family and friends. Personally, these are the most enriching moments that a trip can bring us.
It is important for each one to have moments of conversation, banter and even interaction with other passengers, and also some alone time, where everyone does what they like: look out the window, write, read, listen to music, sleep... be with ourselves.
This is a magical train trip without a doubt!

Ekaterinburg, Russia

Gorodskoi prud
Zé sketching
"The love you take is equal to the love you make..."
Lenina Avenue
Old train near the Ekaterinburg's train station
Window of a beautiful building
Ekaterimburgo (GMT +5). Quando faltava 1hora para chegar a Ekaterimburgo a controladora do comboio veio avisar-nos, mas nós não sabíamos exactamente o que se passava e achámos estranho avisar-nos com tanta antecedência. Pensámos que talvez o comboio estivesse adiantado. Preparámos tudo e o comboio parou numa estação antes por pouco tempo. Pensámos que era ali, mas foi uma paragem curta e logo continuou. Ficámos super assustados pensando que não tínhamos conseguido sair!
A senhora russa que ia na nossa cabine, apesar de não falar inglês, percebeu o pânico e desatou-se a rir. Depressa nos tranquilizou e disse que ainda não era Ekaterimburgo.
Esta cidade, capital do Estado dos Urais e cidade na fronteira da Europa com a Ásia, não é nem de perto tão bonita como Moscovo: prédios antigos e mais desleixada. Embora isso seja comum nas cidades grandes russas: os prédios habitacionais são desleixados e sujos, as escadas interiores também e depois têm portas blindadas e fortes.
Descobrimos que vai ser uma das cidades que receberá o Mundial de Futebol em 2018 e a Expo em 2020, mas ainda lhe faltará muito trabalho a fazer até lá. Têm bonitos jardins, lagos tranquilizantes e igrejas realmente interessantes.
Nesta cidade já se viam alguns rostos com características asiáticas e ninguém falou connosco em inglês, excepto o senhor que nos recebeu no hostel. Quando ele se foi embora deixou as coisas a cargo de um senhor de 80/90 anos que usava bengala e falava connosco através de um tablet onde traduzia tudo com o Translate e olhava-nos com um sorriso. Foi divertidíssimo ler aquelas traduções!
No hostel não haviam mais estrangeiros, no nosso quarto estavam 2 russos que parecia que viviam ali. É comum para eles fazerem-no. Já em Moscovo conhecemos um russo que vivia na Galina’s flat. Fica-lhes mais barato do que alugar um quarto.
Chegados à estação tivemos de novo dificuldade em perceber qual era o nosso comboio, mas lá nos desenrascámos, como não poderia deixar de ser.
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Ekaterinburg (GMT +5). 1 hour to arrive at Yekaterinburg when the controller warn us, but we did not know exactly what was going on and we felt it was weird to tell us to leave in the next stop so far in advance. We thought that maybe the train was in advance. We prepared everything and the train stopped at a station for a short time before. We thought it was there, but it was a short stop, then continued. We were super scared thinking that we had not made ​​it out!
The Russian lady who was in our cabin, despite not speaking English, noticed the panic and burst out laughing. Quickly reassured us and said it was not yet Yekaterinburg.
This city, the capital of the Urals State and City on the border between Europe and Asia, is not nearly as pretty as Moscow: Older buildings and more sloppy. Although this is common in big Russian cities: the residential buildings are sloppy and dirty, as the interior stairs and also have strong and armored doors.
We found out that it will be one of the cities that will receive the World Cup in 2018 and the Expo in 2020, but it is still missing a lot of work to do. They have beautiful gardens, quiet lakes and really interesting churches .
In this city already saw some faces with Asian features and no one spoke to us in English, except the gentleman who greeted us at the hostel. When he left, a man of 80/90 year old stayed in charge of the hostel, he used a walking stick and spoke to us through a tablet where he translated everything with Google Translate and then was looking to us with a smile. It was exhilarating to read those translations and try to communicate like that!
In the hostel there were no more foreigners, in our room were two Russians who seemed to live there. It is common for them to do so. Already in Moscow met a Russian who lived in Galina's flat. Gets them cheaper than renting a room.
At the train station, again had trouble finding our train, but we made it, as it should be.