segunda-feira, 2 de abril de 2012

Marvão









A Vila de Marvão destaca-se de modo singular das demais povoações do território pois localiza-se sobre uma crista quartzítica (a maior e mais alta crista quartzítica a sul do Tejo ).
As cristas quartzíticas possuem algumas particularidades ornitológicas, o que faz da vila um excelente ponto de observação de aves. Com uma cota que oscila entre os 800 e 860 metros, encontra-se no ponto mais alto da bonita Serra de São Mamede. É uma zona que se destaca pela sua colónia de grifos e pela enorme diversidade de passeriformes, permitindo observar algumas espécies de aves pouco comuns no território nacional.
O concelho de Marvão situa-se na vertente Norte da Serra de S. Mamede, distrito de Portalegre, Alto Alentejo. A Sul encontra-se limitado pelo concelho de Portalegre, e a oeste por Castelo de Vide. A Este e a Norte faz fronteira com Espanha. Mais de 15Km desta fronteira é demarcada pelo Rio Sever.
Pela sua localização, um passeio pela vila, rodeada por muralhas do século XIII e do século XVII, remete-nos para a tranquilidade de outras épocas. As ruas são sinuosas com pequenas casas brancas, e tudo se encontra perfeitamente cuidado.
À entrada do castelo fica um tranquilo jardim com uma vista deslumbrante. Em qualquer parte que se olhe pelas muralhas, a vista perde-se no horizonte e a Serra de S. Mamede continua, impenetrável, num relevo irregularmente perfeito. Faz querer acariciar a superfície da terra com as mãos.

Para saber mais:
Câmara Municipal de Marvão
Guia da Cidade

segunda-feira, 26 de março de 2012

Castelo de Vide

Vista da Senhora da Penha sobre Castelo de Vide








Castelo de Vide, sede de concelho, e pacata vila que se estende a cerca de 625 metros de altitude numa das colinas da Serra de São Mamede.  
O concelho encontra-se limitado a norte e oeste pelo concelho de Nisa, a sul pelos do Crato e Portalegre, a este pelo de Marvão e a nordeste por Espanha. Parte dele está inserida na área do Parque Natural da Serra de São Mamede, e como tal, oferece um grande interesse geomorfológico, paisagístico, faunístico e florístico, valores arquitetónicos e paisagens humanizadas.
É lindíssima a vista da Capela de Nossa Senhora da Penha, onde nos encontramos somente no meio de verde, observando lá em baixo o casario branco florido da vila que sobe e desce a colina.
Castelo de Vide é conhecida como a "Sintra do Alentejo" pelo seu encanto, vegetação rica e beleza natural. Vale a pena um passeio pelo Castelo, aproveitando para conhecer a “Judiaria”, um dos exemplos mais importantes e bem preservados da presença judaica em Portugal, remontando ao século XIII.
A gastronomia alentejana e a simpatia dos habitantes não desapontam!


Fontes: 
Infopédia
Guia da Cidade

sábado, 10 de março de 2012

O Caminho de Santiago II
















Porto-Santiago-Muxìa-Finisterra
Santiago, terra de gentes misturadas. Confusão de línguas e culturas. Consumista e turística.
Encontra-se gente que passeia, ri e come tapas. Quem tire fotos e quem passeie os seus cães.
Gente de mochilas sobem e descem as ruas. Em alguns recantos vêem-se peregrinos a observar, outros a tirar notas.
Lojas de souvenires, restaurantes caros, artistas de rua.
Santiago não pára, e o corropio confunde quem percorreu um caminho de sossego...

Depois de duas noites a repousar, prossegue-se. O caminho até Finisterra é diferente do Caminho Português antes feito. Há uma maior mistura de culturas, nacionalidades e diferentes caras. Há gentes a vir de Finisterra para Santiago e outros a fazer o inverso.
Sinto-o mais como um caminho até ao fim, ao encontro com o mar e com a Natureza.

Este caminho deixa-nos grandes lições de humildade e tolerância para com os outros e para com nós próprios.
Às vezes vamos com expectativas tão elevadas e depois podemos não as conseguir realizar como pensávamos. No entanto, se dermos o nosso melhor, não nos desapontamos, mas sim conhecemo-nos.
No caminho, como na vida, há escolhas, encontros e desencontros. Partes menos boas e partes óptimas. Sorrisos, alegrias, dor e tristezas. Há partilha e há muita aprendizagem. E há ainda o contacto com a natureza. Os momentos de silêncio em que damos por nós a sorrir de felicidade. A energia e a força. E há pessoas. Melhores e piores. 
É uma grande e fantástica lição.

domingo, 4 de março de 2012

O Caminho de Santiago I












Porto-Santiago-Muxía-Finisterra.
Força, persistência, dedicação e humildade. É o que considero necessário trazer para o Caminho. A partir daí, se o fizermos, é algo que fica em nós. Que nos molda e nos faz tolerantes. Ajuda-nos a conhecermo-nos e a conhecer os nossos limites.
Descobrem-se paisagens e povoações perdidas, descobrem-se sorrisos nossos de pequenas felicidades, e descobrem-se pessoas e histórias de vida que não se esquecem.
O ânimo para continuar, quando os pés já nos pedem para parar, é encontrado com a passagem de outros peregrinos cujas caras já são conhecidas. O ânimo vem também dos "Olá!" e "Bom camino!" que escutamos ao passar por alguém que se cruza no nosso caminho.
O caminho é feito ao nosso ritmo. Ora passa um peregrino, ora passamos nós por ele quando se encontra no seu descanso.
É esta calma e liberdade que me fascinam e me trazem saudades.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Praça de Luís de Camões





Workshop Panorâmica "Così Vicino" com Claudio Patanè

Workshop Panorâmica "Così Vicino" com Claudio Patanè

Workshop Panorâmica "Così Vicino" com Claudio Patanè

"Em cada esquina te vais 
Em cada esquina te vejo 
Esta é a cidade que tem 
Teu nome escrito no cais 
A cidade onde desenho 
Teu rosto com sol e Tejo 

Caravelas te levaram 
Caravelas te perderam 
Esta é a cidade onde chegas 
Nas manhãs de tua ausência 
Tão perto de mim tão longe 
Tão fora de seres presente 

[...]" 


Manuel Alegre in "Balada de Lisboa"

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Junto ao mar...





Desde sempre que o mar exerce uma grande influência no ser humano. Sortudos de nós que podemos visitá-lo num final de dia, ou ao fim-de-semana. Contemplá-lo, deixá-lo levar e trazer os pensamentos num corropio já ensinado pelas ondas, buscar serenidade... A sorte de permitir-lhe cumprimentar-nos...


"Não sei de que modo o mundo me vê; mas a mim mesmo pareço ter sido apenas um menino brincando na praia, entretendo-me com encontrar de quando em quando um seixo mais liso ou uma concha mais bela do que o ordinário enquanto todo o vasto oceano da verdade jazia inexplorado diante de mim."
Isaac Newton
Fotos: Carcavelos
Desenho: Santo Amaro de Oeiras

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Lisboa.









Workshop Panorâmica "Così Lontano" com Claudio Patanè


Workshop Panorâmica "Così Lontano" com Claudio Patanè


Workshop Panorâmica "Così Lontano" com Claudio Patanè


Portas do Sol


Lisboa é assim. Tem a capacidade de me surpreender nos pequenos detalhes, assim como de me massar, exaurir e querer afastar-me. Contudo, faz-me sempre querer regressar. Porque é esta Lisboa que me põe a sorrir sozinha ao fim da tarde enquanto olho o Tejo. As cores de final de dia fazem-me sentir tranquila, assim como o rio o parece ser. Os edifícios brancos ganham uma cor rosada que combina com os tons claros do azul celeste. Os turistas continuam a passar nas suas visitas turísticas azafamadas e as crianças brincam na rua com o skate e os patins. Esta Lisboa faz-me esquecer dos tempos em que estamos e recuo para uma cidade pacífica e despreocupada. -"Trouxeste chave?" - pergunta em tom alto uma senhora ao telemóvel do outro lado da rua. Vem carregada de sacos e saquinhos e teve de os pousar todos para atender a chamada. Outra senhora passa preocupada com a juventude de hoje e mete conversa. Conta que os seus 18 anos são com certeza melhores que os nossos! Pois bem... esta conversa dá pano para mangas. De repente a senhora torna-se na vizinha de há anos que nos conhece desde sempre e despede-se com um "Até logo" porque tem de ir acompanhar a inquilina. Há sempre histórias novas se as quisermos ouvir. Há sempre uma Lisboa que espelha outra, se a quisermos ver.