"Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido". Já o dizia Fernando Pessoa.
Há locais que são verdadeiros refúgios da alma e há aqueles que o parecem ser. Aqui o ruído não faz com que não nos ouçamos a nós próprios. O silêncio faz antes com que estejamos apenas connosco. E, parece que não, mas isso é mais difícil do que tentarmos ignorar-nos com distracções.
A Natureza tem destas coisas. Por entre vales descobrem-se refúgios só nossos. E às vezes não é preciso ir longe, nem viajar quilómetros...
“ (...)
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é.
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem por que ama, nem o que é amar...
(...)”
Alberto Caeiro in "O guardador de rebanhos"
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