segunda-feira, 8 de setembro de 2014

ULAN-UDE (Last Russian stop)

Ivolginsky temple
Rinponche Bagsha datsan
Wooden house
Detail of a wooden house
Ivolginsky Datsan
Wooden house
ULAN-UDE
Ulan-Ude (GMT+8). Vimos o Sol nascer e chegámos. Deixámos as coisas no hostel e procurámos o que ver na cidade, observámos o mapa e recolhemos a informação sobre que transportes apanhar para visitar o que queremos.
Para além de querermos ver a cidade, o nosso propósito era visitar um templo budista que está localizado a 2h da cidade. São precisos apanhar 2 mini-carrinhas e foi bastante fácil encontrá-las. Um dos mini-bus custou-nos 40 rublos (+/- 0,80 €) e o outro 20 rublos (+/- 0,40€) por pessoa e só ida. Para pagar só temos de entregar o dinheiro às pessoas à nossa frente e vai sendo passado até chegar ao motorista. O carro só parte quando cheio.
O templo, localizado a 23 Km de Ulan-Ude, chama-se Ivolginsky datsan. Fica perto da aldeia de Verkhnyaya Ivolga na região da Buryatia, na Rússia. Sente-se uma grande paz e sossego no espaço que é composto por vários pequenos templos. Senti-me um pouco como no filme “7 anos no Tibete” pois os monges são naturalmente sorridentes e simpáticos. Divertem-se com pequenas coisas. Vi um bastante jovem (uns 17 anos) a brincar com um cão e gato. Quando o gato correu arreliado atrás do cão, o monge riu-se imenso divertido, o que me fez rir também.
Na história deste datsan consta que em 1927 o 12º Pandito Hambo Lama, Dashi-Dorzho Itigelov pediu aos seus estudantes e monges companheiros que enterrassem o seu corpo depois da sua morte e que só o voltassem a verificar após 30 anos. Segundo a história, Itigelov sentou-se então na posição de lótus, começou a cantar a “oração da morte” e morreu a meio da meditação. Os monges seguiram todas as suas indicações mas quando exumaram o seu corpo passados 30 anos, ficaram espantados por descobrir que não tinha sinais de decomposição. Pelo contrário, parecia que Itigilov tinha morrido apenas a algumas horas atrás. Com medo da resposta Soviética ao sucedido, os monges enterraram novamente o corpo numa campa anónima.
A história de Itigelov foi esquecida até dia 11 de Setembro de 2002, quando o corpo foi finalmente exumado e transferido para o Ivolginsky datsan onde foi examinado por monges, cientistas e patologistas. A declaração oficial diz que o corpo está muito bem preservado, sem sinais de decomposição, ainda com os tecidos dos músculos e pele. O corpo nunca foi embalsamado ou mumificado. Impressionante!
Já de volta a Ulan-Ude, capital da República de Buryatia, região localizada na parte sul da Sibéria e que é parte da Rússia desde 1920. (By the way, na Sibéria é normal conduzir-se com o volante de ambos os lados embora as estradas estejam preparadas para a condução com o volante à esquerda). Visitámos o Rinponche Bagsha datsan, localizado num ponto panorâmico onde se pode ter uma bela vista para a cidade. É um famoso centro budista rodeado de natureza e com a maior estátua do Buda da Rússia. Mede 5 metros e é feita de madeira do Brasil. É fácil e barato de chegar lá com o mini-bus nº 97 que parte da praça principal.
É um local muito pacífico com boa energia. Uma senhora que lá trabalha chamou-nos para visitarmos um dos templos e tentou explicar-nos (em chinês) os diferentes Budas presentes. Dedicou algum tempo a mostrar-nos o espaço e a fazer-nos sentir a energia das estátuas e depois a energia do Sol. Foi um bom momento!
Ao final do dia tivemos a nossa primeira experiência com uma russa mal disposta. Talvez tenha sido um mal entendido porque nunca chegámos a perceber qual era o problema, mas falou-nos de uma forma zangada enquanto o seu companheiro encolhia os ombros e olhava para nós. Regra geral, fomos sempre bem tratados pelos russos. Alguns abordavam-nos na rua e cumprimentavam-nos simpaticamente.
No hostel (que fica localizado no centro, junto à enorme e famosa cabeça gigante do Lenine) conhecemos outro casal francês que faz o percurso na direcção oposta. Começaram em Myanmar e saltaram alguns países pois o dinheiro já apertava mas foram, por exemplo, à Coreia do Norte onde gastaram 950€ em 5 dias com uma tour organizada pois não há outra maneira de lá ir. Perdemos algum tempo a falar sobre as suas impressões do país, do quão organizado e artificialmente preparado para turistas está.

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Ulan-Ude (GMT +8). We saw the sun rise and arrived. We left our stuff in the hostel and searched what to see in town, we observed the map and collect information about which transports can take us where we want to visit.
In addition to wanting to see the city, our purpose was to visit a Buddhist temple, which is located 2 hours from the city. It takes 2 mini-vans and it was quite easy to find them. One of the mini-buses cost us 40 rubles (+ / - 0,80 €) and another 20 rubles (+ / - 0,40 €) per person one-way. To pay we just have to give the money to the people ahead of us and will be passed to reach the driver. The car only leaves when full.
The temple, located 23 Km from Ulan-Ude, called Ivolginsky datsan. It is near the village of Verkhnyaya Ivolga the region of Buryatia, Russia. Feels great peace and quiet in this place that consists of several small temples. I felt a bit like the movie "7 years in Tibet" because the monks are naturally smiling and friendly. Amuse themselves with little things. I saw a very young (about 17 years) playing with a dog and a cat. When teased the cat ran after the dog, the monk laughed amused, which made me laugh too.
In the history of this datsan states that in 1927 the 12th Pandito Hambo Lama Dashi-Dorzho Itigelov asked his students and fellow monks to bury his body after his death and that return to check after 30 years. According to history, Itigelov then sat in the lotus position, started to sing the "Prayer of Death" and died in the middle of meditation. The monks followed his wishes and when his body was exhumed 30 years later, they were astonished to discover that he had no signs of decomposition. Rather, it seemed that Itigilov had died just a few hours ago. Afraid of the Soviet response to the succeeded, the monks buried the body in an unmarked grave again.
The story of Itigelov was forgotten until 11 September 2002 when the body was finally exhumed and transferred to the Ivolginsky datsan where it was examined by monks, scientists and pathologists. The official statement says that the body is very well preserved, with no signs of decomposition, even with the tissues of muscles and skin. The body was never embalmed or mummified. Impressive!
Now back to Ulan-Ude, capital of the Republic of Buryatia, a region located in southern Siberia and that is part of Russia since 1920. (By the way, in Siberia is normal to drive with the steering wheel on both sides though roads are prepared for driving with the steering wheel on the left). Visited the Rinponche Bagsha datsan, located in a scenic spot where you can have a beautiful view of the city. It is a famous Buddhist center surrounded by nature and with the largest Buddha statue in Russia. Measures 5 meters and is made of wood from Brazil. It's easy and cheap to get there with the mini-bus # 97 that departs from the main square.
It is a very peaceful place with good energy. A lady who works there called us to visit one of the temples and tried to explain to us (in Chinese) the different Buddha images there. Took some time to show us the space and making us feel the energy of the statues and then the energy of the sun. It was a good moment!
At the end of the day we had our first experience with an angry Russian. Maybe it was a misunderstanding because we never realized what the problem was, but she spoke to us in an angry manner while his companion shrugged and looked at us. Generally, we were always treated well by the Russians. Some approached us on the street and greeted us kindly.
In the hostel (which is located downtown, next to the huge and famous giant head of Lenin) met another French couple who make the journey in the opposite direction. They started in Myanmar and then skipped some countries because the money was already tight and went to North Korea where they spent € 950 in 5 days with an organized tour because there is no other way to go there. We spent some time talking about their impressions of the country, of how artificially organized and prepared for tourists it is.

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