On the train |
In the restaurant with Paul, Julie and Léo |
Julie and Léo |
Rainbow from the train window
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Na plataforma encontrámos o Léo e a Julie e na nossa cabine conhecemos outro francês que viaja sozinho por 3 meses, o Paul. Vai fazer o trans-mongoliano até Pequim, onde está a sua irmã a estudar, e depois vai andar pela China e encontrar uns amigos nas Filipinas. Penso que irá até ao Cambodja, onde o tio dele está a viver. Tio esse que remodelou apartamentos em Paris e vendeu, fazendo dinheiro suficiente para ir viajar pelo Sudeste Asiático. Acabou por andar a saltar de país em país até conseguir ficar ali. O Paul está habituado a viajar, os pais dele são do género de passar férias activas atravessando o Mediterrêneo de barco ou indo viajar de carro para Marrocos. Desta vez ele quis fazer esta travessia sozinho.O mundo é enorme e a quantidade de soluções infinita. É o que viajar nos ensina após conhecermos pessoas tão diferentes que seguem (ou procuram) o seu caminho.O Léo e a Julie chegaram à Rússia vindo à boleia desde França. Passaram algum tempo na Polónia e só vão fazer o trans-mongoliano até à Mongólia, onde ficarão 3 meses. Depois voltam para França. Eles têm uma quinta em França para a qual nos convidaram. São um casal bem disposto e descontraído. Ela tem um sorriso tímido e ele um sorriso aberto e franco.
Contaram-nos várias
aventuras, entre elas terem ido de bicicleta de França até à Sérvia.
Numa das viagens do
Léo, ele conheceu um rapaz sueco que aos 18 anos fazia tatuagens e era
canalizador. Começou a fazer teatro e aos 20 anos tornou-se alguém conhecido no
país dele.
Chegado um dia, decidiu
que não era aquela a vida que queria, vendeu tudo e começou a caminhar a pé
junto à fronteira com a Rússia. O Léo conheceu-o na Andaluzia, já ele caminhava
há 2 anos, dormindo onde pode e ganhando dinheiro fazendo malabarismos na rua.
Cada um viaja pelas
suas razões, cada um escolhe o caminho que quer. Até Irkutsk os nossos caminhos
cruzaram-se de forma engraçada. Três dias num comboio já nos dá bastante tempo
de convivência.
Inicialmente falámos
sobre as nossas motivações, os nossos medos e o que esperamos e não esperamos
da vida. Falámos da reacção das famílias e dos amigos. Pessoalmente, estas são
as partilhas mais enriquecedoras que uma viagem nos pode proporcionar.
É importante para cada
um termos os momentos de conversa, brincadeira e até de interacção com outros
passageiros, e os momentos sozinhos, em que cada um faz o que lhe apetece: olha
pela janela, escreve, lê, ouve música, dorme... Estar connosco.
Isto é, sem dúvida, uma
viagem de comboio mágica!
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On the platform we found Leo and Julie and in our
cabin we met another Frenchman who travels alone for 3 months, Paul. He will
make the trans-Mongolian to Beijing, where his sister is studying, and then he will
travel trough China and meet some friends in the Philippines. I think he will
end in Cambodia, where his uncle is living. This uncle who remodeled apartments
in Paris to sold them after, making enough money to travel trough Southeast
Asia. Ended up going from country to country until he got to stay there. Paul
is accustomed to travel, his parents are the type to spend active holidays
going through the Mediterranean by boat or going to travel by car to Morocco.
This time he wanted to make this journey alone.
The world is huge and there is an infinite amount
of solutions. That's what travel teaches us after knowing so different people
who follow (or seek) their own path.
Leo and Julie came to Russia from France hitchhiking.
Spent some time in Poland and will go in the trans-Mongolian route just to arrive
in Mongolia, where they will be 3 months. After that they will return to France.
They have a farm in France to which they invited us. They are a willing and
relaxed couple. She has a shy smile and he has an open and frank smile.
They told us several adventures, including
having gone cycling from France to Serbia.
In one of Leo’s travels, he met a Swedish guy
who was a tattoo artist at 18 and was also a plumber. Started doing theater at
age 20 and became someone known in his country. One day decided that it was not
the life he wanted, sold everything and started walking on foot near the border
with Russia. Leo met him in Andalusia he was already walking for 2 years, sleeping
wherever he can and juggling to earn money on the street.
Each one travels for his/her own reasons, each
one chooses the way he/she wants. Until Irkutsk our paths crossed in a funny
way. Three days on a train now gives us enough time together.
Initially we talked about our motivations, our
fears and what we expect and not expect from life. We talked about the reaction
of family and friends. Personally, these are the most enriching moments that a
trip can bring us.
It is important for each one to have moments of
conversation, banter and even interaction with other passengers, and also some
alone time, where everyone does what they like: look out the window, write,
read, listen to music, sleep... be with ourselves.
This is a magical train trip without a doubt!
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